Vemos o
mundo sempre de maneira plana
e Deus vê
o mundo por um todo.
Para o que
não entendemos, procuramos explicação
para que
haja em nós satisfação.
E nesse
olhar torto que temos da vida, nos enganamos
quando nos
colocamos de lado,
separamos
as pessoas como abençoadas ou não,
merecedoras
ou não de felicidade.
Uma parte
mínima das pessoas não aceita
esse
destino todo feito e tenta mudar a situação.
Porém uma
grande parte baixa a cabeça,
numa
atitude de resignação.
Deus não
coloca as pessoas nas mesmas categorias que nós.
Pessoas
abençoadas para Ele
não são as
que nunca ficam doentes,
nunca
enfrentam provações,
nunca se
sentem rejeitadas ou culpadas
e parecem
ter uma vida tão perfeita que causam inveja.
Jó perdeu
tudo e foi abençoado!
O apóstolo
Paulo foi um homem abençoado.
Deixou
palavras, combateu o bom combate
e até os
dias de hoje nós somos beneficiados
com seus
ensinamentos. Portanto,
ele fala
de um espinho, de algo que o incomodava
e do qual
queria se livrar.
Quando ele
se foi, carregou com ele esse espinho.
O
importante, como nos ensina,
é que
apesar de tudo guardou a fé.
Nós temos
também nossos espinhos,
cada um
com o seu ou seus,
que servem
apenas para nos lembrar
do quanto
somos humanos.
Podemos
ter muito mais certeza do amor
das
pessoas que nos amam
apesar das
nossas imperfeições
que do
amor daquelas que nos amam
pelas
nossas qualidades.
As
primeiras vêem as qualidades e aceitam as diferenças,
as outras
correm o risco de se decepcionar dia ou outro.
Mas Deus,
esse mesmo Deus que amou Paulo,
nos ama
incondicionalmente e nos abençoa.
Ele nos
ama se estamos doentes,
se estamos
carentes, nos sentimos sós
e até se o
desespero quer ficar maior que nossas forças.
Ele nos
ama independente da nossa estatura,
condição
física ou personalidade.
Não
podemos ver nossos espinhos como maldições,
mas como
algo que não impede nossa beleza,
não impede
que sejamos inteiros, sorridentes e felizes
e alguma
coisa boa e positiva na vida de alguém.
Ame-se o
bastante para acreditar que você
pode ser
amado apesar de ser quem é,
de ter o
que tem.
Os
espinhos não deformam as rosas,
eles as
tornam ainda mais belas, misteriosas
e
fascinantes.
Cuide-se e
nunca desista da felicidade,
não veja o
mal como uma fatalidade,
combata-o
com amor e se ele ainda ficar,
ame-se
ainda e assim mesmo, porque Deus te ama assim,
com seus
defeitos, suas doenças,
seu
sentimento de abandono.
Saber que
somos amados renova nossas forças,
levanta
nosso ânimo, nos abre portas e caminhos.
Somos
todos bênçãos quando damos a mão,
compartilhamos
do pouco que temos
e do muito
que desejamos e nos vemos de igual para igual.
Somos
todos abençoados,
mesmo se
nosso caminho é feito de pequenas pedras
que
machucam nossos pés.
O
importante mesmo é que elas
não nos
impeçam de caminhar.
Letícia Thompson