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SOCORRO AS VOVÓS SUMIRAM..

Socorro, as vovós sumiram!!!

Falo daquela encantadora velhinha sempre pronta a nos acolher no colo e nos fartar de quitutes

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Céus! De repente, me dou conta de que as vovós estão morrendo. Não no sentido do óbito inevitável a qualquer ser humano, mas como instituição de nossas rotinas familiares e de nossas fantasias mais pueris.

Na intimidade do meu quarto, entre uma reflexão e outra sobre o sentido da vida e da morte, me dei conta

que as avós são uma espécie em extinção. Não estou falando simplesmente da mãe de nossos pais; me refiro àquela doce avozinha , senhora cheia de virtudes e sapiência, que enrolada em seu xale, não hesitava em nos dar exemplos de retidão e lisura de princípios.

Falo daquela encantadora velhinha sempre pronta a nos acolher no colo e nos fartar de quitutes, que só

elas sabem (ou sabiam) fazer. Estou divagando sobre o paradeiro daquelas vetustas fadas disfarçadas de membros da família, que povoavam nossos sonhos e nos enchiam de mimos, prontas a saciar nossas

carências afetivas de infância e adolescência. Onde elas foram parar? Parecem Ter tomado chá de sumiço.

As avós agora são bem diferentes. A maioria não convence, nem faz questão de convencer, no papel de rainhas-mãe da célula doméstica. Perdoem-me os arautos da moralidade, os defensores das eternas ilusões, mas as avós do ano 2001 são "uma brasa, mora ". Não tentem negar: muitas mandaram tudo para o inferno, deram no mínimo uns peguinhas na juventude, beberam todas, cheiraram lança-perfume (só pra ver como é que é), adoraram curtir uma festinha de arromba (com amor livre na madrugada) e infernizaram a vida dos pais com suas mini-saias e biquínis de helanca. É ou não é verdade?

Queiram ou não, estes sãos os antecedentes desta geração de que está surgindo. Longe vão os tempos

em que a abnegada Chapeuzinho Vermelho corria um risco danado atravessando a floresta para levar uns doces para a vovozinha, coitada, que vivi a isolada naquela cabana no mato. Aliás, por que os pais da menina mantinham a velhota à distancia, mesmo sabendo que ela não ia bem de saúde? Sem falar daquele lobo que vivi a rondando a casa!

E a adorável dona Anastácia do Sítio do Pica-Pau Amarelo, onde terá ido parar? E a vovó Donalda com suas deliciosas tortas de maças? Definitivamente, os tempo são outros. Ser avó é uma outra história, bem mais complexa.

Nos dias atuais quem quiser montar um cestinho de agrados para a vovó pode ir se preparando: doces (só diets), um kit de congelados (ela não quer mais saber de forno e fogão), um licorzinho ou uma cachacinha cai bem. Inclua ainda uma cartela de Lexotan (vovó agora dorme mal), um tênis e uma malha para suas caminhadas de fim de tarde, talvez uma assinatura da Revista G Magazine, muitos cremes hidratantes e depilatórios.

Ah, não esqueçam de uma caixa de preservativos. Afinal, se a vovó é viúva, nunca se sabe...

Por Juarez Porto, do Jornal de Santa Catarina

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